Minha vó Zuleide era enfermeira
Minha tia Gilca é enfermeira
Minha tia Mônica já trabalhou como enfermeira
Minha tia Mariel foi enfermeira
Minha prima Thaís é enfermeira
Quando eu era adolescente eu adorava ver vídeo de partos, gostava de ver cirurgias, pensava que queria ser médica, mas eu era muito nova, queria mas no fundo não queria. Talvez fosse mais uma admiração, um flerte, uma curiosidade.
Mas quando alguém próximo de mim fica doente eu gosto de cuidar, fazer um chá, uma massagem, cuidar do curativo, contar uma piada, fazer uma sopa, acompanhar no médico, ir na farmácia comprar o que precisa, estar junta.
Felizmente, nunca precisei cuidar de alguém por um período tão longo, nenhuma situação foi tão complicada ou tão triste.
Mas quando precisei cuidar eu me senti bem, me senti cúmplice da pessoa, de alguma maneira queria fazer a pessoa se sentir bem também, melhor, estava junto dela.
Acredito que todo mundo já cuidou de algo, de alguém… e por mais que pareça tão bobo ou tão piegas, cuidar é amor, receber cuidados é receber amor. Já diz o ditado. Falam que quem ama cuida.
E falando de cuidados, quando chegamos nas alas dos hospitais, geralmente as primeiras pessoas que encontramos são elas, as enfermeiras. Em sua grande maioria mulheres, é com elas que a gente pergunta em que quartos podemos entrar, que cuidados devemos ter, como estão as coisas naquele dia, se existe precaução de contato… e também é com elas que a gente chora as pitangas, conta uns causos, conta um tanto de bobagens, um tanto de assuntos sérios, se chora, se alegra, se desespera, se ri, se ajuda, se assusta, e às vezes até ganha uns mimos, uns pedaços de bolo, um cafezinho, umas massagens nas mãos
É às vezes tá tão corrido que a gente nem se fala e a gente entende.
Já me senti muito cuidada por elas em diversos momentos em que estive de palhaça no hospital.
Agora não estamos fazendo visitas aos hospitais devido à pandemia. É o nosso jeito de cuidar das outras pessoas, ficando em casa, evitando ao máximo o contato.
Nesse texto quero falar sobre isso, sobre a gente se cuidar, cuidar das pessoas que a gente ama mesmo de longe, e de como a gente pode cuidar de gente que a gente nem conhece.
Em especial quero honrar as Mulheres enfermeiras da minha família que cuidam, que cuidaram, que continuam cuidando.
Você já sabe, mas é sempre bom lembrar…
Se cuide!
Fernanda Caldas Fuchs (Fúcsia)