Hoje, olho ao redor, e vejo roupas e mais roupas. São roupas em todo canto, toda parte, todo espaço. É roupa deslocada no tempo. São montes de roupas e mais roupas e mais montes. Há roupa no chão, na parede, no teto. As roupas criaram vidas e estão por si só. Elas caminham juntamente com a gente. Já não se sabe de quem são as roupas, minhas ou das outras pessoas. São roupas próprias delas mesmas. Donas de si. Donas do espaço. Espaço que era casa de gente, hoje é casa de roupa. A casa agora é um enorme guarda roupas, um enorme guarda roupas com até telhado de roupas. Ou roupas no telhado?
Tropo