Desde que eu nasci, a enfermeira que me averiguou disse “é perfeito!”. Claro, já nasci pronto, nem chorei, porque desde pequeno, sabia que hospital é local de silêncio. Por respeito, não chorei. Troquei o choro por um “com licença, perdão!”. Muito educado. Nasci com cabelo, penteado e chapéu. Ué, e alguém nasce com chapéu? Claro. Não ia tirar o chapéu pra nascer. É um momento único e deve ser aproveitado com toda elegância. Pedi a bença pra mãe, pedi mais uma vês licença, e fui mamar. Afinal de contas, “quem mama, não chora.”. Não entendo como ainda me acusam de coisas. Vai ver que é inveja, ou, no mínimo, inconformidade com meu brilho, pois nunca erro. Minha memória é incrível, nunca esqueço de nada que lembro.
Já contei a história do burro do meu vizinho? Então, meu vizinho tinha um burrico, mas este burrico dava muita despesa com a alimentação. Então, meu vizinho decidiu fazer um treinamento com seu burrinho pra ele acostumar a ficar sem comer. E não é que a coisa foi bem? Só que no finalzinho do treinamento, no nono dia, o burrico morreu. Uma tragédia. Eu fui consolá-lo. “Amigo, a vida é assim, imprevisível, um dia se está bem, e no outro, pum, algo nos derruba.” Ele ficou melhor depois disso. Me agradeceu e seguindo meu conselho, comprou outro burrico pra substituir o antigo. Afinal, ele ficou com aquele afeto represado, e precisava de outra coisa para que ele esquecesse do seu antigo amigo. Hoje já está no sétimo dia de treinamento. O burrico está indo bem. Graças a mim, mais um problema resolvido.
Fica aqui um convite: se você que está me lendo, precisar de uma ajuda, é só me chamar.
Pelúcia, o perfeito.