14h e tocou o alarme, 15 minutos para a soneca… Hoje foi um dia de muito cansaço pois estou fazendo uma pequena “reforma” no meu apartamento, não que sejam coisas muito pesadas, mas estou lixando e pintando algumas coisas e depois fiz uma caminhada de 30 minutos até a minha casa (para quem está sedentário, imagine só), tudo isso para explicar por que já era 14h15 e ainda estava descansando. Depois de acordar coloquei uma música animada, tomei um banho morno (mais pra frio) e comecei meu processo de caracterização tentando me animar pelo “caminho”, não que do quarto – banheiro – sala seja exatamente um caminho, mas em tempos de sedentarismo já vale como uma semi-maratona. Ainda entre bocejadas e acordes no ukulele entrei no Zoom e fui tentando me animar.
Quando já era 14h55 minha dupla, Solara, me mandou uma mensagem perguntando se tinha conseguido acessar o link para o Zoom, respondi que já tinha entrado fazia um tempo ao que ela disse que não estava conseguindo, só então percebi que não tinha entrado no link certo, estava no link da terça feira… Ou seja, era como se eu estivesse esperando a minha dupla na frente do Hospital Cruz Vermelha, ainda bem que não é presencial, já pensou se tivesse que correr até Cascavel!!! Cansei só de pensar.
Ah sim, estava cansado! Mas agora no link certo e estávamos prontos para começar, quase que do nada escuto uma voz: “- Estamos entrando na ala da pediatria!” assim, sem um aquecimento, sem uma conversa, já estávamos entrando, tentamos o contato algumas vezes até que nossas pernas, lá em Cascavel, nos respondeu… Ela se apresentou, nós nos apresentamos à ela, respiramos juntos e entramos no primeiro quarto, deviam ter uns três ou quatro pacientes, todos dormindo – até parece que meu cansaço estava contagiante, mas como eles sabiam? Estava tão na cara assim? – quando nossa parceira voluntária já se despedia dos acompanhantes, fomos repescados por uma mãe que falou do seu bebezão de uns 16 anos talvez, que por sorte ainda não dormia e estava disposto a ouvir algumas músicas de ninar, não funcionou, tentamos algumas piadas e igualmente não funcionou pois ele não dormiu, mas deu muitas risadas.
Já mais animado após a primeira visita, seguimos o barco por onde nossa guia nos levava, encontrando novas pessoas, tocando músicas, conhecendo um pouco as instalações do hospital, a maioria das vezes víamos somente o teto e cada lustre bonito! Algumas vezes até apareciam as inconvenientes falhas de conexão, mas prontamente nossa caminhante (a pessoa que nos levava pelos corredores) já mudava de ala ou de quartos, até que paramos no quarto de um senhor na ala adulta, o combinado era só dar um oizinho e sairmos, mas num ato de rebeldia minha dupla Solara se arriscou a perguntar se podia fazer uma pergunta, tá, não parece um ato de rebeldia, mas se você for perceber ela primeiro perguntou para só então perguntar se poderia perguntar outra vez!! Minha dupla é muito descolada!! Aproveitando a onda também perguntei se podia perguntar alguma coisa: se o senhor sabia o motivo pelo qual o jacaré estava bravo com o jacarezinho… Sim… É por que ele réptil de ano! Uma risada dele e de sua acompanhante me deram abertura para fazer algumas outras perguntas: O que é um pontinho branco na estrada? E um amarelo? E no palco? Ali rimos até cansar!
Ahhh canseira boa para uma tarde de quarta feira! Mas confesso: depois de desconectar da nossa visita voltei a dormir sem alarme… Fazer o quê? Vida de sedentário é assim.
Abelardo Biloba