Se ficarmos muito tempo sem fazer algo, logo esquecemos como se faz. Mas como podemos esquecer algo que foi e é tão importante como o ato de brincar?
Quando brincamos viajamos para outra dimensão, do irreal, do imaginário, onde podemos ser quem ou que quisermos. Podemos dar para os objetos diferentes funções: o controle remoto da televisão pode ser um telefone ou um microfone, a poltrona pode ser uma cabine de avião com o qual podemos viajar para onde quisermos – de preferência para um lugar novo, desconhecido, onde a imaginação corre solta.
As crianças brincam mais que os adultos. Exercitando sua criatividade o tempo todo, devem ser mais sensíveis e até mais inteligentes que os adultos. Pense bem: quando os adultos brincam, eles brincam de estarem brincando; as crianças não, elas brincam a sério, como se aquilo fosse a realidade naquele momento.
O que não quer dizer, por outro lado, que a brincadeira não possa mudar. Cada brincadeira tem suas regras estipuladas na hora. Por via das dúvidas e para sua segurança, não saia do seu personagem, se você é uma galinha extraterrestre continue assim até segunda ordem. Claro que as brincadeiras mudam de acordo com o tempo, o que não quer dizer que tenham que acabar. Pelo contrário!
Quando brincamos relaxamos e baixamos nosso nível de estresse. Tudo a nossa volta fica mais leve e fluído, para não dizer mais divertido. Talvez a brincadeira seja a melhor forma de enfrentar a vida, ou melhor, de viver a vida.
Frank Sousa Dr. Caramelo já não é mais criança há algum tempo, mas toda vez que vai a um hospital finge esquecer disso: leva todos os seus brinquedos na imaginação