ComparTrilhando
Escrevendo de olhos fechados o que se está vendo.
Se essa pausa fosse um filme
Estamos aqui.
OCA vermelho terra. Oca, uma casa, oca, vazia para que a gente possa criar.
Qual a palavra que brota na boca?
Mosquitinhos por toda parte. Talvez eles nos lembrem sempre sobre o estar aqui, eles servem para nos chamar pro presente?
Nosso final de semana foi gostoso, bonito, acolhedor como toda cidade do interior, sincero, foi trabalho, é trabalho, e afinal para que vamos no hospital?
Não é pra fazer o bem, mas também não é pra ser desagradável né, é pra ser um encontro, nem todo encontro da match, mas se cria algo. O texto diz que nos encontramos para criarmos uma fenda, um campo para jogo, sabe quando criamos uma intimidade com alguém que não precisamos falar nada, estar em silêncio basta ? Quando temos esse silêncio em comum, esse silêncio
é música para os ouvidos, acalma o coração. Como se cria essa intimidade em segundos? Com uma pessoa desconhecida ou até muito conhecida.
Como explicamos em palavras essa energia que surge no encontro, esse luminoso encontro?
“Não sei explicar, acho que não tem como…”
Será?
Como eu posso des cre ver sem filtro, sem pensar em nada e pensando em tudo ao mesmo tempo.
As contradições da vida.
A busca pela fluidez.
Ué, mas se eu não proponho nada, quem vai propor? Como é propor sem propor? Sem forçar.
Talvez como não forçar as coisas. Não force a respiração. Mas não afrouxar também. Ser firme e confortável.
O vai e vem, do mar,do YôYô, da respiração, “2 V” como diria as tias na hora que emprestam o TUPPEWARE, “É pra ir e é pra voltar, viu?”
Ser mais interessada do que ser a mais interessante.
E é interessante que somos muito diferentes e podemos fazer esses encontros dos mais diversos jeitos. Não tem uma receita, um molde, um segredo, uma mandinga, um texto base.
A base é a presença.
Fernanda Fuchs, escrevendo no ônibus, voltando para Curitiba de Paranavaí.
Trupe da Saúde