Mais uma vez com ela, comigo mesmo, com as pessoas e o ambiente.
Hoje, me emocionei e vim pra casa feliz de trabalhar em um trabalho que pode ser feito de maneira tão boa. Um trabalho bom, pois podemos aprender com as pessoas, nos desenvolver como ser humanos e desenvolver nossa vontade de que as pessoas se sintam bem. Um trabalho que possibilita, pede e proporciona relação verdadeira, ainda que seja no lúdico, na fantasia, mas a relação se faz verdadeira.
E é sutil como acontecem as coisas. Como estabelecemos o primeiro contato, a aproximação, a comunicação, o jogo, cena, brincadeira, relação, a despedida e a sensação de que de alguma forma ficamos juntos, pela vontade e motivo de nossa relação. De nosso contato.
Desenvolvemos tb nosso olhar de cumplicidade e aprendemos carinho. A dar carinho e receber. O carinho e gratidão que as pessoas nos dão nos hospitais é lindo e sutil. É bem bom quando estamos perceptíveis a tais sutilezas. Mas como é bom perceber todo este carinho. Olhares. São olhares, sorrisos e observações, nos observando cada gesto, o jeito de sermos e estarmos ali. Nossas buscas e conquistas, nossa entrega e vontade. É lindo e bom de sentir, as vezes mais ainda ou tanto quanto nos vêm e dizem o quanto gostam de nosso trabalho e que é bonito. Há olhares, Ahhhh olhares, toques e sorrisos, como tudo isso é bom. É amor manifestado pelo corpo. Ouvimos pelos olhos das pessoas, vemos pelo que dizem, pelos sons que emitem. Vêm de dentro. Tenho sentido isto.
Hoje fiquei brincando com um menininho, bebê, por bastante tempo, fazendo coisas para ele, coisas “sem sentido” racional ou lógico, me mexia e brincava com as mãos com e para um nenê, que as vezes sorria, as vezes estranhava, mas estava todo o tempo curioso, olhando pra mim. Sua mãe ao lado me olhava, olhava o que eu fazia, olhava para ele, não sorria, pois para ela não tinha muita graça, ou melhor, não sei como explicar muito bem, mas é outro tipo de graça, mais como gracioso, era graciosa mais do que engraçado, eu nem estava tentando arrancar risada dela ou dele, mas estava querendo ser agradável e interessante para ele, sorriso e olhar tava já bem bom. A mãe me olhava e eu via em seu olhar que estava me vendo trabalhar, me observando mesmo. Bem bom.
De novo estava com a Carmela, mas algo do que vou dizer vale para todos: É bom ver todos e cada um de nós na busca por sorrisos, suspiros, por momentos de graça.