Das poucas vezes que experimentei as tintas me chamou a atenção o pano “sujo” que limpava o pincel. Que arte! Arte descontrolada, sem compromisso. Sem combinar ou arranjar nada. Sem contornos, porque sujava a mesa e a mão do “pintor”. Tridimensional, porque o pano ficava todo “embolado”.
Para os palhaços-pintores que já estão na estrada há algum tempo identifico um desafio. Lá pelas tantas os começos dos encontros se repetem, a mesma brincadeira aparece. A mesma temática. O mesmo vai-e-vem do palhaço. E o jogo se torna previsível. O palhaço vai pintando bonito.
Até mesmo nos jogos “novos”. Genuínos. Até mesmo com os palhaços-pintores novatos. Às vezes, o sujeito/palhaço fica “maquinando” de fora. Pensando o jogo ao invés de jogar. Querendo compor uma cor com a outra. Arranjar as formas. Deixar a obra bem acabada. Ele perde a arte que está ao lado. Arte-surpresa. Exuberante.
Pelas telas pensadas e improvisações amarradas. Pelas telas curtidas e improvisações jogadas. E pelo pano “sujo”.
Camila Jorge Dra. Carmela