O início de um ciclo novo, chegar em um momento tão sonhado e viver, aqui e agora o sonho que foi plantado em outrora. Cheguei assim de mansinho na Trupe da Saúde, silenciosamente me componho sendo substituta de todos os palhaces. Desta forma posso jogar com o destino a dança descontraída do acaso. Tenho a oportunidade de visitar todos os hospitais sem data estipulada.
Quando fui a primeira vez no Pequeno Príncipe, por exemplo, me dei conta que sempre sonhei em ser palhaça naquele hospital. Um lugar tão tradicional da saúde infantil. No dia fiquei nervosa e me deparei pensando “Será que vou conseguir segurar a lembrança entre os dedos? Será que vou conseguir lembrar do frio na barriga, será que vou lembrar das flores do jardim da entrada que são flores dentro de flores, você já viu? Aquelas flores que dentro dela mesma brotam outras florzinhas?” A palhaça Melanina estava se sentindo assim, com a possibilidade de poder florescer dentro da mesma flor. A possibilidade de brotar mais brilho ainda dentro do mesmo sonho. Poder entrar no hospital com a consciência de que aquele momento era resultado de muito trabalho.
A oportunidade de poder escrever, de poder narrar aqui no blog minhas emoções em contracenar com palhaces que eu sempre admirei, entrar em hospitais que sempre sonhei, ver do lado de dentro como o Erasto Gaertner ficou bonito e colorido depois da reforma, poder me perder entre os corredores longos e históricos do HC, poder com muita alegria entrar de quarto em quarto do hospital da Cruz Vermelha e ter sempre o frio na barriga presente, visto que cada quarto é uma nova chance de aprender ainda mais.
Aqui quem vos fala é a Bia, que também é a palhaça Melanina, cheia de sonhos e de realizações de sonhos dentro da maleta, agradecendo a cada linha, a cada leitor que dança seu olhar nas minhas humildes palavras de um sonho realizado. Sim, eu faço parte da Trupe da Saúde!