Numa jogada leviana, a aventura me chama, levo levas de lavandas
E um saco, murcho e fraco que, pendendo no taco, num ato cai no mato.
Se vislumbra, detrás da penumbra, a sombra lúdica que anuncia “se abra”.
A estrada espera e através dela o horizonte desperta uma vista concreta.
O caminho sob os pés, mas sem correr, ao invés: sabes quem és?
À jornada se ingressa sem muita pressa, pensamento tanto prosa, quanto versa.
Faço turismo, flaneur e nudismo, subo o morro, encaro o abismo.
Me vejo mistura, absorvo cultura, sinto a loucura, esse encontro me cura.
Danço no mato, tiro retrato, compro barato e às vias de fato… sirvo meu prato.
Perco o rumo, não me aprumo, dito em resumo: espremo meu sumo.
Vejo por já, que é o que há, não custa falar: não tenho aonde chegar!
No agora vigora a lei dos sem hora, a vida cria o tempo borra.
Pelo branco na cabeça, pela dor no joelho, meu caminho já vai à meio.
O destino, eu não sei, mas afirmo: vou chegar mais menino.
Palhaço Bonito