Abelardo Biloba,
Bilu bilu tetéia?
Clássico seria encontrar contigo em outros tempos pelos corredores dos hospitais. Por saber o nome de cada pessoa que cruzava pelo caminho, era certo haver admiradores em cada recepção, balcão ou corredor, afetos do lindo palhaço.
Sua principal arma? As fotos das filhas bebês.
Sentimental? Não. Canceriano.
Havia café na cafeteria toda santa vez que chegávamos ao camarim. Dedicado, Alberto Roberto estava pronto e maquiado mesmo antes dos demais sonolentos colegas adentrarem pela porta.
Suas habilidades em mecânica, engenharia, elétrica e aparelhos de 440 volts são mágicas! Ah! Acho que era por isso que manejava com tanta agilidade a cafeteira.
Jogador, Biloba é daqueles que ao tomar posse da bola, ruma com ela para o gol. Não sem antes fazer embaixadinhas, driblar o goleiro e chutar com entusiasmo!
Parece que no coração do Abel cabem três vidas inteiras, quem sabe até uma penteadeira, a mamadeira, a cafeteira, a fritadeira, a banheira, algumas roupinhas, as fraldas e os brinquedos. Haja espaço pra tanto sentimento!
Traquitana dizem que ele é… Mas como não sei o que significa, termino dizendo que nunca saberia descrevê-lo por completo, afinal, o que sabemos é pouco perto da imensidão diante de outro ser brincante, errante.
Abelardo Biloba, palhaço amigo entre trupicadas e encontros, deixo-te um abraço apertado, na lembrança calorosa de suas dancinhas desajeitadas tão charmosas…
Que os hospitais possam receber suas roupas listradas, gestos entusiásticos e as melhores piadas sem graça o quanto antes!
Com carinho e magia
Solara – A palhaça