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  • dezembro 5, 2017
  • 9:00 am

FIGURINOS

Neste último mês troquei de figurino. Troquei de ambiente de trabalho. Fui fazer uma visita para conversar com um paciente. Não pude entrar no local, nem me aproximar do paciente, não havia placas de prevenção de contato, uso de máscara ou avental, apesar do cheiro horrível e de que com certeza tratava-se de um lugar com muitas bactérias. Tive de conversar com a pessoa por uma distância de mais de 3 metros, tendo de falar alto e sem poder olhar para quem conversava. Haviam grades, gente, roupas úmidas e penduradas que nos separavam. Havia um pastor fazendo oração. E apesar de parecer realidades diferentes, universos diferentes, o que preciso lembrar é que estamos no mesmo mundo, na mesma cidade, sociedade e que, concretamente, só há uma realidade. A realidade é que ser humano pode tratar e ser tratado como… sabe lá o que significa esta tal humanização. Fiz visita em outro lugar: na delegacia. Ao invés de uma enfermaria com 2, 4 ou 6 leitos, tratava-se de uma cela com apenas 01 cama e 23 pessoas dentro. Não pude nem entrar no corredor em frente a cela, pois o minúsculo corredor fora transformado em cela provisória. O paciente não era de hospital, era um paciente de Habeas Corpus. Preso há mais de 45 dias, depois há mais de 60 dias, há mais de 70 dias e quase há mais de 80 dias.

Usei terno e gravata. Trabalhei no fórum, tribunal e vez em quando no hospital.

Curioso é o contraste e semelhança de alguns lugares.

Na delegacia, as paredes têm marcas de tiros (disparados pelos próprios policiais), cinzas, descascadas, móveis velhos ou de material tipo pré-fabricados, grades enferrujadas, cheiro úmido, misto de suor, mofo e insalubridade, garrafas pet com urina dentro (em algumas “celas” não tem onde urinar).

No tribunal de justiça, prédio sempre novo e reformado, paredes sem um risco ou marca de prego, piso de granito ou mármore, colunas de granito ou mármore, elevadores que não têm botão de andares, pois antes de chamar o elevador tem um sistema como se pré-agendasse seu deslocamento por andares. As mesas são de madeira escura, polida. Muitos funcionários, todos com uniforme impecável e engravatados. Todos lhe tratando com a maior das formalidades, deixando bem claro serem “servos” profissionais. Cada andar tem seus garçons, com suas bandejas, onde servem água em copos de vidro, altos, ou café em xícaras de louça e bule de metal enfeitado.

E apesar de parecer realidades diferentes, universos diferentes, o que preciso lembrar é que estamos no mesmo mundo, na mesma cidade, sociedade e que, concretamente, só há uma realidade.

Tais pessoas e lugares estão diretamente ligadas, apesar de todo o esforço que se faz para o distanciamento.

E eu, que por vezes me senti a ponte entre um lugar, um “mundo” e outro, por vezes, também, me parece que não sou ponte. Não somos pontes. Somos todo e cada um também. Somos co-responsáveis.

A miséria, a luxúria, a compaixão, a injustiça e a justiça estão dentro de cada ser… humano.

Isto pode ter alguma verdade, mas é verdade também que não compreendo, ainda, isto muito bem. Pois e misturo. Na culpa, na pena, na prisão e libertação.

“Sem que eu perceba”, meu egoísmo se apropria do problema do outro e passo a projetar minha própria culpa, minha “necessidade de libertação, de salvação”.

Me prendo, me acuso, para poder me defender, para buscar minha libertação.

E, como alguém que comete crime faz sofrer muitos que estão ao seu redor (família, amigos), prejudica seu trabalho, também assim o faço.

Quem está preso está impedido de trabalhar. Quem comete crime avança o limite de seu direito e invade o outro. Assim, também o faço.

Mas, percebo. E tento refletir sobre, na esperança de não fazer de novo. Assim como quem comete crimes também o faz.

Este mês li, de novo, o livro “O Sorriso as pés da escada”, de Henry Miller, onde um dos ensinamentos é que, como, seres humanos, a felicidade pode estar em fazermos apenas as coisas simples que nos cabe fazer, com humildade e simplicidade, despertando sorrisos.

As vezes, queremos ultrapassar limites. Queremos como palhaços dar alegria aos outros. Mas a alegria é de cada um.

Assim como a liberdade. Cabe a cada um escolher, decidir ser livre.

Palhaço Ipsis Literis / Hique Veiga

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🤡 Palhaças e palhaços de hospital que há 21 anos levam a arte da palhaçaria, do improviso e da música a 4 hospitais de Curitiba.
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Atenção!!! Você sabia que está acontecendo o P Atenção!!! Você sabia que está acontecendo o Projeto CRÔNICAS AGUDAS E CIRCUNFLEXAS da Trupe?

Sim!!! Com uma  OFICINA DE CONTRAPARTIDA SOCIAL chamada MEDIAÇÃO LITERÁRIA: COMPOSIÇÃO DE TRAJETÓRIAS HOSPITALARES com o maravilindo Thiago Dominoni. 

O Thi é professor da Universidade Estadual do paraná, dramaturgo e mediador teatral e ARTÍSTICO desde 2004. Chique né?

Esta Oficina de Mediações Literárias é uma das ações de contrapartida social do projeto Crônicas Agudas e Circunflexas e é focada nas equipes de colaboradores do Hospital Pequeno Príncipe!! Este projeto reune num único e primeiro livro dezenas de crônicas de muito bom humor escritas pelas palhaças e palhaços do elenco da Trupe da Saúde. 

O projeto Crônicas Agudas e Circunflexas é uma realização da Trupe da Saúde, Trento e Unicultura, com apoio da Randon Rodoparaná, Frimesa e Aaba. Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura |Governo do Estado do Paraná.
#TBT olha que lembrança boa desse encontro maravi #TBT olha que lembrança boa desse encontro maravilhoso com o pessoal do projeto Risoterapia de Foz do Iguaçu. Com quem tivemos dois dias de práticas criativas que suscitaram boas reflexões sobre o trabalho coletivo e sobre quem são enquanto grupo. Conexão é a palavra-chave!

Agradecemos demais a acolhida! Esperamos que as oficinas tenham semeado boas ideias e práticas!

As fotos são da realização da oficina da nossa mestra querida Glória Kirinus: LAVRA PALAVRA: CRÔNICAS AGUDAS E CIRCUNFLEXAS;

E com a nossa galerinha da Trupe da Saúde na oficina "FANZINAR"!!!

Estas oficinas são parte da contrapartida social do Projeto Crônicas Agudas e Circunflexas. 
Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | Profice da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Paraná.
Realizado pela Unicultura e Trento com apoio de Randon Rodoparaná, Timber, Frimesa, e Aaba.
O projeto Crônicas Agudas e Circunflexas, atravé O projeto Crônicas Agudas e Circunflexas, através das oficinas "Lavra Palavra" e "Fanzinar" proporcionou o compartilhar de processos de escrita vivenciados pela Trupe da Saúde nos últimos anos.  

Que alegria reencontrar o grupo Plantão Sorriso, de Londrina! Enveredar-nos entre palavras e imagens, atualizar a conversa e temperar a amizade. Vocês sabiam que o Plantão Sorriso lançou um livro em comemoração aos 25 anos? Fomos agraciados com um exemplar impresso!

Agradecemos a acolhida! Esperamos que as oficinas tenham semeado boas ideias e práticas!

Logo mais, traremos novidades!

Estas oficinas são parte da contrapartida social do Projeto Crônicas Agudas e Circunflexas. 
Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | Profice da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Paraná.
Realizado pela Unicultura e Trento com apoio de Randon Rodoparaná, Timber, Frimesa, e Aaba.
E amanhã tem mais!!! Agora na bordinha do Brasil! E amanhã tem mais!!! Agora na bordinha do Brasil!!! Alí em Foz do Iguaçu com o grupo Risoterapia (@ongrisoterapiafoz)!!!

A programação é a mesma só que diferente!!!

Oficina da maravilhosa Glória Kirinus: LAVRA PALAVRA: CRÔNICAS AGUDAS E CIRCUNFLEXAS;

E com a Trupe da Saúde a oficina "FANZINAR"!!!

Já é certeza de que será lindeza totaaaaal!!!

E ainda hoje tem fotos da oficina que rolou em Londrina!!!

Estas oficinas são parte da contrapartida social do Projeto Crônicas Agudas e Circunflexas. 
Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | Profice da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Paraná.
Realizado pela Unicultura e Trento com apoio de Randon Rodoparaná, Timber, Frimesa, e Aaba.
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